Fazia silêncio entre os camarins do estúdio de “Boogie Oogie” quando um vulto desajeitado passou, rápido, pelo corredor. Montado num par de patins, Marco Pigossi brincava num raro momento de descanso entre as gravações. Sob a pele de Rafael — o segundo protagonista num currículo que ostenta sete novelas —, o paulistano de 25 anos ainda não se acostumou com a rotina intensa exigida por um folhetim. Mesmo assim, segue leve pela estrada.
— Na minha geladeira não há nada há meses. Se você abre a porta, ela faz: “Uuuuuuhh”. Entra até um vácuo! Sabe? — diverte-se o ator, que chega a gravar mais de 20 cenas por dia, sem deixar de defender o mocinho da trama das seis: — Rafael não é um cara muito sentimental. Ele é prático, objetivo. Tem um pensamento bem masculino, nesse sentido. E ele tem esse senso de justiça, de largar tudo para resolver o que ele acha que pode ajudar.
Nem tudo. Entre idas e vindas, o jovem piloto jamais colocou o amor de Sandra (Isis Valverde) em segundo plano. No capítulo que vai ao ar nesta quinta-feira, após a mocinha deixar a mansão, os pombinhos terão instantes de glória e comemoração. As investidas de Pedro (José Loreto) e Vitória (Bianca Bin) contra o casal, no entanto, não cessarão.
— Acredito que o destino deles é ficar juntos. Eles passaram por muitos obstáculos e muitas dificuldades, mas o amor sempre ficou acima disso — comenta, tentando entender as razões de Rafael já ter se relacionado (e gostado) de Vitória: — Acho que, no fundo, era ele quem a trazia para o chão. Por isso, os dois se entendiam. Mas acho difícil que aconteça qualquer retorno. Eu, Marco, porém, tento não me apegar a nada (risos).
Fora da ficção, uma coisa é certa. Quando o folhetim chegar ao fim, na primeira semana de março, o galã vai se aventurar, sobre duas rodas, por uma viagem entre Argentina, Chile e Peru. Solteiro (“minha vida está em stand by”), Pigossi declama discursos apaixonados apenas para a própria motocicleta.
— É nela que eu consigo me limpar. Em cima da moto, você só pensa no que está vindo. É uma placa, é uma curva... Não dá para você pensar no que foi e no que vai ser. É ali, na hora! Isso é bom, sabe? — sentencia, sem dar como certo o papel na próxima novela de João Emanuel Carneiro, que sucederá “Babilônia”, às 21h: — Prefiro nem falar, porque da última vez foi exatamente isso: estava numa, passei para outra, depois mudei de novo. Tudo é uma decisão em conjunto e a gente vai estudar.
Fonte: Extra.