‘Pessoas sinceras me interessam’, avisa o solteiro Marco Pigossi

O cenário já está montado com as mais coloridas flores, mas ainda falta a principal tonalidade para tudo ficar perfeito. Quando Marco Pigossi surge, a questão logo se resolve. O verde de seus olhos, herança preciosa do pai, se destaca entre pétalas brancas, vermelhas e amarelas. Aos 24 anos, o ator de tímido sorriso e cachos bagunçados pelo vento tornou-se objeto de desejo e príncipe dos sonhos da mulherada ao emprestar toda a sua simplicidade ao bom moço Bento, de “Sangue bom”. Solteiro, o paulista avisa não ter preferências físicas na hora da conquista. Mas diz que é preciso ter muita habilidade para “arrematá-lo”.

— Pessoas sinceras me interessam. E tem que ter talento. Pode ser loira, morena, ruiva. Não é a gente que escolhe — pondera Marco, frequentemente apontado como affair de alguém com quem contracena: — Meu trabalho é o que me importa. Não me incomodo com essas insinuações.

Romântico, bem-sucedido e amante da literatura, o ator ainda faz o tipo modesto, e jura nunca ter sido tão disputado como seu personagem. Ele começou a trama das sete numa amizade colorida com Charlene (Mayana Neiva), reencontrou o amor de infância Amora (Sophie Charlotte), com quem se casará nos próximos capítulos, teve um breve romance com Malu (Fernanda Vasconcellos) e ainda mexe com os sentidos de Giane (Isabelle Drummond).

— Bento é demais. Mas o barato é que ele não é passivo nem bonzinho o tempo todo, o mocinho perfeito. Ele erra também — valoriza o ator, que fica em cima do muro ao falar das parceiras.


Sua parceira de cena Isabelle Drummond, com quem também trabalhou em “Caras & bocas”, tem explicações para o grande sucesso de Bento — e de Marco Pigossi.

— O Bento é um cara de índole incrível, personalidade dócil. É encantador. E o Pigossi é um menino dedicado, disciplinado e tem muita doçura.

A amiga entrega manias do amigo que podem interessar a possíveis pretendentes.

— Implico muito com o vício dele por café e o tique de levantar a sobrancelha — entrega Isabelle.

Tímido, Pigossi garante que não nota se recebe tantas cantadas. Mas está atento às campanhas pró-Bento na internet .

— As pessoas vêm falar comigo, mas é para saber muito sobre a novela. Disso eu gosto. No Twitter, elas pedem por mais Bentos no mundo — diverte-se o ator.

Apesar do sucesso, ele frisa estar sozinho por opção:

— Sou bem livre. Não sou nada carente. Coisa de aquariano.

Fã incondicional do personagem, o cirurgião plástico Oswaldo Pigossi, de 58 anos, é menos modesto e, orgulhoso, entrega o lado Dom Juan do filho caçula — Marco tem uma irmã, a advogada Marinis, de 26 anos.

— Meu filho sempre foi namorador, mas tranquilo. Nunca foi um galinha. Quando moleque, ia com uma turma para a casa de praia, no Guarujá, litoral de São Paulo, e tinha sempre uma eleita do período — conta Oswaldo.

O pai fica impressionado com as semelhanças entre o filho e o florista do folhetim escrito por Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari:

— É bem como ele, politicamente correto, com o coração do tamanho de um bonde.

Marco Pigossi endossa a opinião do pai:

— Cada personagem tem um pouco do ator. Tentei pegar as coisas mais sinceras, porque o Bento é assim, acredita nas pessoas, tem uma visão romântica. Juntei tudo do Marco e ainda tive que acrescentar. Já essa questão de olhar mais para o próximo, de ver a necessidade das pessoas, aprendi com ele e não quero perder nunca.

Defendendo seu oitavo personagem — o primeiro protagonista —, o ator evita apontar um preferido.

Já o pai-coruja tem um eleito na ponta da língua.

— Eu dava muita risada com o Cássio de “Caras & bocas”. O Marco sempre foi meio bravo com as coisas, dono de si. Vê-lointerpretando um gay daquela maneira, totalmente diferente dele, era muito engraçado.

Personalidade forte

Nem se estivesse em busca de um amor, o paulista conseguiria ter disponibilidade suficiente para cultivar o relacionamento com o mesmo empenho com que seu personagem cuida de um jardim. Gravando de segunda a sábado, e eventualmente aos domingos, Pigossi dedica o pouco tempo livre às duas paixões de sua vida:

— Claro que é bom sair um pouco, dar uma fugidinha. Nessas horas mergulho nos livros, pois adoro romances, e pego a estrada com minha moto.

Com um jeitinho todo meigo, fica até difícil imaginar o ator em cima de duas rodas, vestindo jaqueta e capacete pelas estradas afora. Mas o pai lembra que, aos quatro anos de idade, seu filho mais novo já dava os primeiros sinais de que tinha um espírito aventureiro e gostava de radicalizar.

— Certa vez, ele cismou que queria sair de casa. A gente morava em um prédio em que a porta do elevador dava para dentro de nosso apartamento. Abri e disse: “agora você vai”. Ele ficou tão assustado que nunca mais falou nisso. E sempre foi assim. Quando queria uma coisa, tinha que ser na hora — conta o cirurgião.

Oswaldo fica emocionado ao falar do esforço do filho para se tornar ator:

— Ele tinha 16 anos quando decidiu entrar no teatro. Ficava no colégio das 7h30m às 14h e, às 16h, ia para o curso e só voltava às 23h. Foi uma fase difícil, mas meu filho sempre teve uma cabeça muito boa. Como todo adolescente, era do contra, mas com maturidade. Tive medo dele se desiludir, achar que o mundo ia sorrir fácil para ele, mas deu tudo certo.

O jovem de opinião forte resolveu, recentemente, engajar-se nos protestos que tomaram as ruas do Brasil. Com a mãe, Mariness Maldonado, de 58 anos, e a avó, Maria Inês, de 87, ele participou de atos que aconteceram em São Paulo.

— Só de levar minha avó, com mal de Alzheimer há mais de oito anos, na cadeira de rodas, já valeu por tudo. Sou a favor de discutir questões e insatisfações. Fui mostrar as minhas — empolga-se o ator, também envolvido em um trabalho social desenvolvido pela mãe: — Ela tem um centro de equoterapia para tratamento de crianças com paralisia, Síndrome de Down ou que sofreram acidentes. É lindo, mas caro. E ela abre esse espaço ao público. Então ajudo, faço campanha, tenho o maior orgulho de participar dessa história — derrete-se o ator.

Orgulho mesmo seria ter um cara desse ao lado, não é verdade? Impossível não se apaixonar.


Fonte: Extra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário