Marco Pigossi diz que mulherada nas ruas quer o Juvenal de Gabriela



A paixão pela obra de Jorge Amado veio à tona quando Marco Pigossi foi escalado para viver o romântico Juvenal no remake de Gabriela. O ator ainda estava gravando como o ambíguo Rafael, de Fina Estampa, quando foi chamado para o atual folhetim das 23h, na Globo.

"Jorge Amado é um escritor único. Criou tipos e histórias que estão presentes no inconsciente coletivo do Brasil. Além disso, voltar a trabalhar com o Walcyr Carrasco é muito legal", valoriza Pigossi, lembrando que se tornou conhecido pelo grande público ao interpretar o divertido e efeminado Cássio de Caras & Bocas, trama assinada por Walcyr em 2009.

Íntimo do teatro - apesar da pouca idade -, o ator paulistano, de 23 anos, vem ganhando cada vez mais destaque na tevê. Sem esquecer das origens, ele usa a visibilidade das novelas que participa em prol de seus projetos teatrais.

"São trabalhos complementares. O teatro é onde me reinvento. Na tevê, encontrei disciplina e o contato com o grande público", analisa o ator, que se mostra surpreso com a repercussão do romance entre Juvenal e Lindinalva, de Giovanna Lancellotti.
"É um amor inocente. Existe uma torcida muito grande para que eles fiquem juntos. As mulheres que me param nas ruas brincam que querem um Juvenal só para elas", entrega, aos risos.

O Fuxico  – Apenas três meses separam o último capítulo de Fina Estampa e a estreia de Gabriela. Você ficou preocupado com a proximidade entre os projetos ou com a possibilidade de ser repetir como ator?

Marco Pigossi – Fiquei receoso quando recebi o convite. Pois as gravações de Fina Estampa nem tinham acabado ainda. No entanto, por ser muito fã de Jorge Amado, me empolguei por participar de um projeto baseado na obra dele. Li Gabriela Cravo e Canela quando tinha uns 16 anos e tenho uma relação pessoal com o livro. Se fosse uma trama contemporânea, talvez eu tivesse ficado com medo de deixar a atuação no piloto automático, mas o trabalho em uma novela de época funciona de forma diferente.

OF - Como assim?

MP – O processo de construção para o personagem é mais intenso. O texto não é só escrito, como também é falado de outra maneira. Para dar corpo a isso, a postura, o modo de andar e os gestos precisam se adequar ao contexto histórico. E ainda tem a caracterização, que sempre ajuda muito.

OF – Seu personagem não integra a primeira versão da trama, de 1975. No tempo que teve para se preparar para Gabriela, você recorreu somente ao texto do Walcyr Carrasco ou fez alguma pesquisa para compor o Juvenal?

MP - Eu sou muito disciplinado com o trabalho. O que recebo do Walcyr me dá plenas possibilidades para atuar, mas sempre quero mais. As melhores histórias e personagens estão nos livros. Juvenal é um herói romântico e temos muitos exemplos disso na literatura. Então, fui juntando um pouco dos que eu já conhecia e criando-o. Pelo pouco tempo que tive, fui equilibrando a atuação durante as gravações.

OF – Você ficou conhecido ao dar vida ao afetado Cássio, de Caras & Bocas. Mais recentemente, em Fina Estampa, fez o vilão arrependido Rafael. Atualmente, você interpreta um típico mocinho de novela. É você quem busca essa diversidade entre os personagens ou simplesmente aconteceu?

MP – É um pouco de cada coisa. Sempre me mostro motivado a encarar tipos diferentes. Não quero me acomodar e ser reconhecido como "aquele ator que faz sempre o mesmo personagem". Até agora, tenho tido sorte. O que tem acontecido é que as minhas preferências têm combinado com o que a emissora reserva para mim. O Juvenal é um personagem completamente diferente dos outros que já fiz. Ele é um homem íntegro, fiel e apaixonado.

OF – Gabriela acaba em outubro. Você pretende tirar férias ou já tem algo programado para depois que as gravações terminarem?

MP - Eu ando muito inquieto. Com vontade de desenvolver e produzir coisas. Acho que devo demorar um pouco a voltar ao ar, mas vou continuar tocando meus projetos no teatro. Acabei a temporada carioca de O Auto da Compadecida e logo começo a ensaiar O Olho Azul da Falecida, texto do inglês Joe Orton. Além de ator, pela primeira vez também sou produtor da peça.

Fonte: O Fuxico.

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