Acertos e erros no elenco jovem de ‘Sangue Bom’

Bento é ótimo sujeito, bom filho, amigo, educado, doce e trabalhador. Muito ingênuo, acha que o amor de sua infância, hoje uma modelo famosa e esnobe, ainda gosta dele. Por toda essa lista de razões, o personagem de “Sangue bom” seria candidato ao troféu chato do ano, não fosse a esperteza da escalação. Fazer o mocinho é um desafio e tanto e Marco Pigossi, escolhido para o papel, já mostrou que vai desviar dessa armadilha. Provavelmente está se valendo de sua experiência prévia tanto como vilão — ele foi o vigarista Rafael de “Fina estampa” — quanto com personagens positivos, como o Juvenal de “Gabriela”. Pigossi se deu bem também fazendo comédia. Seu primeiro papel de projeção nas novelas, o Cássio de “Caras & bocas”, repetia uma expressão (“rosa chiclete”) até hoje lembrada pelo público.
Na história de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, Bento faz parte de um triângulo que envolve Amora (Sophie Charlotte) e Giane (Isabelle Drummond). Sophie e Pigossi formaram um par romântico vitorioso na novela de Aguinaldo Silva. Eles ganharam a simpatia dos espectadores apesar do caráter duvidoso dele. Aqui, vai ser difícil Amora conquistar uma torcida. A modelo da trama das 19h só teve, até agora, cenas em que se mostrou desagradável. Arrogante, ambiciosa e pronta para renegar as figuras do passado, ela já virou candidata à rejeição por parte do público. Isabelle é o contrário de tudo isso, além de uma atriz excelente. A novela acaba de começar e ainda é tempo de os autores promoverem um equilíbrio nesse cabo de guerra que tem Sophie em desvantagem.
Ainda sobre o elenco jovem, Humberto Carrão também promete. Ele, que interpretou o mocinho de “Cheias de charme”, tem agora uma missão menos espinhosa: é o bad boy.

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