Diversão garantida: As Eruditas


Há quatro anos a Cia. Limite 151 levou ao palco sua primeira montagem de As Eruditas. O elenco de dez atores era capitaneado por Jacqueline Laurence, Roberto Lopes e João Camargo, nos papéis da autoritária Filomena, de seu marido submisso, Crisaldo, e do intelectual oportunista Tremembó, respectivamente. Para celebrar duas décadas de atividades, a trupe volta a encenar a última comédia de Molière (1622-1673). Theresa Amayo, Élcio Romar e Gustavo Ottoni agora encarnam os protagonistas e o espetáculo revelou-se, mais uma vez, um acerto.


Na trama, o dramaturgo francês explora a hipocrisia, entre outras falhas de caráter na alta sociedade parisiense. Irmãs, Armanda (Jacqueline Brandão) e Henriqueta (Janaína Prado) são filhas de Filomena e Crisaldo. Deslumbrada com o mundinho filosófico e literário, a mãe pretende casar a caçula Henriqueta com o suposto escritor Tremembó, interessado apenas no dote de alguma das moças. O pai fracote é encorajado pelo irmão, Aristides (Pietro Mário, o eterno Capitão Furacão), a dar a mão da filha menor ao amado dela, Cristóvão (Marco Pigossi).

É proposta do grupo encenar clássicos sem cair na tentação das releituras de texto, o que torna a peça fiel à ótima tradução de Millôr Fernandes. Um toque original foi dado pela direção de José Henrique Moreira, ao incluir marcações gaiatas para realçar as características dos personagens. Os maiores e mais divertidos exageros cabem ao picareta Tremembó: ele chega a reproduzir jogadas de uma partida de vôlei durante um duelo de declamação com o poeta Vadius (Marcelo Sant’Anna).


As Eruditas (100min). Livre. Teatro Glauce Rocha (278 lugares). Avenida Rio Branco, 179, Centro, ☎ 2220-0259, ↕ Carioca. Sexta a domingo, 19h. R$ 20,00. Bilheteria: a partir das 14h (sex. a dom.). Até dia 24.

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